08/05/2013
Quem trabalha ou cria cavalos de esporte já deve ter se deparado em algum momento com animais que se apresentaram mancos ou diminuíram seu desempenho de alguma forma como: refuga, aumento no tempo de prova, diminuição de resistência, dificuldade em realizar certos movimentos que realizavam com facilidade.
Assim como os atletas humanos, sendo esses de alto desempenho ou de fim de semana, os cavalos também sofrem lesões músculo esqueléticas que se exteriorizam como dor à locomoção (manqueira) ou queda de desempenho, como citado acima, dependendo do local que está acometido.
Falando de maneira geral, não que isso seja uma regra podendo ocorrer o contrário, as claudicações que culminam com dor a locomoção e sinal claro de manqueira são devidas a lesões nos membros, anteriores ou posteriores, e a queda de desempenho geralmente está ligada a lesões no esqueleto axial que é formado pelas vértebras compreendendo toda coluna do cavalo, pescoço, tórax, lombar e sacrais.
Todo esqueleto pode ser acometido em um cavalo atleta e as lesões podem ser das mais simples até lesões complexas difíceis de serem tratadas. Na maioria dos casos lesões que são abordadas no inicio, por um Médico Veterinário que têm domínio de ortopedia, assim que o animal apresenta os primeiros sintomas têm maior probabilidade de serem solucionadas com sucesso do que lesões que são tratadas com medicamentos paliativos, sem diagnostico preciso, onde mascaram a dor exarcebando a lesão podendo ter resolução drástica como aposento do esporte ou até mesmo a eutanásia.
Diferente dos humanos os animais não conseguem apontar o local da dor como por exemplo, dói o joelho ou o tornozelo. Com isso nós Médicos Veterinarios temos de lançar mão de ferramentas diagnosticas para conseguir encontrar o local de origem da dor e direcional os exames de imagens para chegar a um diagnostico preciso e menos oneroso.
Um bom exame de claudicação e composto de anamnese (entrevista com o proprietário), exame visual com o cavalo estático, exame visual com o cavalo em movimento (ao passo, trote, linha reta e em círculos), palpação do membro ou região acometida, pinçamento do casco, testes de flexão e bloqueios anestésicos regionais. De certa forma parece ser um pouco complexo mas realmente é, somente assim consegue-se diagnosticar e região que se origina a dor podendo o Veterinário realizar o exame de imagem ou encaminhar a um colega que o faz.
A movimentação do cavalo engana muito em relação a origem da dor, por isso devemos realizar todo esse protocolo. Isso evita suspeitas errôneas como por exemplo, achar que o animal "manca da pá" (escápula) como muito comum peões e práticos dizerem e ao radiografar nao encontrar nenhuma alteração, onde na realidade o animal estaria mancando do casco. Nesse caso, muitas vezes como economia, ao invés de pagar uma consulta e um estudo radiológico o proprietário ficaria frustado por não ter encontrado a lesão, além disso pagaria mais uma consulta e mais um estudo radiológico para chegar ao diagnostico correto. Aconteceria o que chamamos de "o barato que sai caro"!
Por isso, quando seu atleta mostrar o primeiro sinal manqueira ou queda de desempenho não exite em chamar logo seu Medico Veterinario de confiança ou encaminha-lo a um centro de referencia! É melhor ter uma lesão diagnosticada e tratada e um atleta por mais dez anos do que uma lesão mascarada por analgésicos e seu cavalo por mais um ano!
Diogo Rizzo - Médico-Veterinário Residente R2 do Hospital de Eqüinos.
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